É impossível visitar Sintra e não reparar no seu monumental Palácio, com duas chaminés gigantes que marcam a paisagem.
O Palácio Nacional de Sintra, carinhosamente conhecido como Palácio da Vila, durante séculos foi o refúgio de verão dos reis portugueses.
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O que você encontra neste artigo
- Como chegar no Palácio Nacional de Sintra
- História do Palácio Nacional de Sintra
- O que ver no Palácio Nacional de Sintra
- Memórias Musicais do Palácio de Sintra
- Horários e preço do ingresso
- Dicas para visitar o Palácio
- Aluguel de espaços
Como chegar no Palácio Nacional de Sintra
É muito fácil chegar no Palácio Nacional de Sintra, que está localizado no centro da Vila de Sintra (Largo Rainha Dona Amélia, 2710-616, Sintra).
Para quem chega em Sintra de trem, é só seguir caminhando até lá. Saiba aqui como chegar em Sintra e o que fazer por lá.
Nossa escolha é fazer o trajeto pela Volta do Duche, que tem várias estátuas, feirinhas de rua e exposições temporárias. A caminhada leva cerca de 13 min (1 km).
Outra opção é pegar o ônibus da Scotturb, que passa na frente do Palácio.
Para quem viaja de carro, existem alguns Parques de Estacionamento entre a Estação de trens de Sintra e o Palácio – confira aqui.
História do Palácio Nacional de Sintra
A origem do Palácio Nacional de Sintra remonta aos tempos da ocupação muçulmana desta região.
Com a conquista de Lisboa pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques (em 1147!), o antigo palácio mouro passa para as mãos da Coroa Portuguesa.
A primeira intervenção feita pelos reis portugueses no Palácio de Sintra aconteceu em 1281, durante o reinado de D. Dinis.
Já durante os reinados de João I e D. Manuel I, entre os séculos XV e XVI, novas obras importantes foram realizadas no Palácio.
A pitoresca forma do Palácio Nacional de Sintra, com duas chaminés gigantes que marcam a paisagem, se mantém desde o século XV (reinado de D. João I). Durante a visita você verá que uma certa influência mourisca foi mantida neste Palácio.
Para os apaixonados por azulejos, o Palácio Nacional de Sintra é uma visita imperdível. Lá você verá o maior conjunto de azulejos mudéjares “in situ” de Portugal em uma das mais importantes coleções da Europa!
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O que ver no Palácio Nacional de Sintra
ATENÇÃO: Alguns espaços podem estar em obras de recuperação ou manutenção. Uma curiosidade é que no âmbito da política “Aberto para obras”, a Parques de Sintra não fecha as salas onde estão decorrendo intervenções. As obras são feitas à vista do público. Mesmo assim, se planeja conhecer alguma sala em particular, consulte a página oficial da Parques de Sintra, para saber quais salas podem estar em obras.
⭐ SUPER DICA: Vale muito a pena comprar o áudio-guia da visita (3€ em março/2019). Com ele, sua visita será mais completa e você irá descobrir muito mais sobre o Palácio Nacional de Sintra. Além disso, na nossa opinião é um áudio-guia com o tamanho certo! Não é nada cansativo…
Na bilheteria, não deixe de pegar um mapa da visita, que é gratuito. Você também pode ver o mapa aqui.
Sala dos Cisnes
Consegue imaginar as grandes recepções e celebrações que foram realizadas nesta sala?
A Sala dos Cisnes foi erguida durante o reinado de D. João I. Hoje em dia, ela ainda é usada em banquetes oficiais com chefes de estado estrangeiros.
Repare no belo teto que dá nome a esta sala (segunda metade do século XVI ou século XVII).
O teto é composto por 27 caixotões de madeira, ao gosto renascentista, decorados com cisnes brancos em diferentes posições, com gorjal em forma de coroa invertida. Os cisnes brancos são um símbolo de pureza e fidelidade.
Destaque também para os azulejos que revestem esta sala! Embora estes azulejos sejam, na maioria, originais do século XV e XVI (exceto os da parede sul, colocados já em imitação no século XX), passaram por uma intervenção por causa da ruína causada pelo terremoto de 1755.
Sala das Pegas
A Sala das Pegas era usada pelos reis para receber convidados importantes e embaixadores estrangeiros.
Repare nos azulejos e no teto, que dá o nome a esta sala e data do século XV. No teto estão representadas 136 pegas (aves da família dos corvos), que trazem no bico uma tarja com a divisa de D. João I (“Por bem”) e tem uma rosa nas patas – outra alusão à Casa de Lencastre.
Existe uma lenda ligada esta sala, que diz que a rainha teria flagrado o rei D. João I beijando uma de suas damas. O rei teria respondido que o ato foi por amizade e que tinha sido “por bem”. Mandou por isso pintar no teto as aves “faladoras” que iriam espalhar a mensagem da sua inocência.
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Repare que na janela desta sala existe um alpendre. Diz a tradição que foi neste local que o Rei D. Sebastião ouviu Luís de Camões fazer a primeira leitura de Os Lusíadas!
Sala das Sereias
Do Quarto de D. Sebastião (decorado com azulejos em relevo, do século XVI!) você verá uma porta de acesso para esta sala. Ela funcionou como guarda-roupa real.
O nome da sala é alusivo ao teto, com pinturas de quatro sereias tocando instrumentos musicais. Elas cercam outra sereia que surge do mar junto a um navio com as armas reais de Portugal.
Repare também nos azulejos hispano-mouriscos das paredes, feitos utilizando diferentes técnicas.
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Sala dos Brasões
Esta é sala é sem dúvida um dos principais destaques do Palácio Nacional de Sintra.
A deslumbrante sala fica no ponto mais alto do Palácio e é a principal intervenção feita durante o reinado de D. Manuel I.
O ponto alto desta sala é o seu teto, com pinturas (século XVI) que dizem muito sobre o programa político do rei naquela época.
No centro estão as armas reais portuguesas, com o timbre de uma serpente alada representando a dinastia de Avis.
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Ao redor, vemos oito brasões representando os filhos do rei: os seis brasões em escudo representam os filhos, enquanto os brasões em losango bipartido representam as filhas.
No nível mais abaixo, temos 72 brasões que representam as famílias mais nobres e influentes do reino.
Ao redor da sala existe uma mensagem alusiva às armas das famílias nobres representadas no teto: “Pois com esforços leais serviços foram ganhadas com estas e outras tais devem de ser conservadas”.
Os belos painéis de azulejos, que representam cenas de campo e caça, foram acrescentados no século XVIII.
O Quarto-prisão de D. Afonso VI
D. Afonso VI foi afastado do trono por incapacidade de reinar. Ele permaneceu nesta sala como um prisioneiro por nove anos – pelas ordens do próprio irmão, o rei D. Pedro II.
Por este motivo, esta sala é a única com gradeamento nas janelas e foi onde o seu prisioneiro acabou falecendo, em 1683.
Dizem que o desgaste do piso foi causado pelo prisioneiro real, que caminhava por este limitado espaço. A verdade é que este é um raro pavimento mudéjar, do século XV, já antigo quando D. Afonso VI foi para lá.
Sala Chinesa
Nesta sala, não deixe de admirar com atenção um belíssimo Pagode Chinês (finais do século XVIII ou inícios do século XIX), feito em osso, marfim e madeira, com mais de 2 metros de altura!
Ele é considerado um exemplar único pelo seu tamanho e grande qualidade técnica.
O Pagode é composto por nove pequenos templos, que são ladeados por duas torres de treze andares, também em miniatura.
Esta joia de arquitetura em miniatura demonstra as relações seculares de Portugal com o Oriente e provavelmente foi um presente do Senado de Macau para a Rainha D. Maria I.
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SABIA QUE… A administração de Macau foi cedida pelos chineses a Portugal em 1557, se tornando uma base comercial entre a Europa, China e Japão? A região foi restituída por Portugal à República Popular da China em 1999!
Capela Palatina
Este espaço religioso foi outro ponto que nos marcou durante a visita, principalmente por causa da variedade de revestimentos utilizados na Capela.
O espaço foi fundado por D. Dinis com a invocação do Espírito Santo, representado nas pinturas das paredes através de pombas com um raminho de oliveira no bico (século XIV!).
O teto em madeira entalhada (século XV) é maravilhoso, sendo uma das obras mais antigas de carpintaria mudéjar de Portugal.
Sala Árabe
Esta sala terá sido o quarto do Rei D. João I. Uma curiosidade é que a sala estava ligada ao guarda-roupa real (Sala das Sereias) por uma escada em caracol.
Repare com atenção nos belos azulejos que envolvem esta sala. Resultado de diferentes técnicas, eles são do período do Rei D. Manuel I (século XVI). Repare também na bela fonte no centro da sala.
Cozinha e as chaminés
É na cozinha, do começo do século XV, que você irá encontrar as duas famosas chaminés gigantes do Palácio Nacional de Sintra. Elas têm 33 metros de altura e marcam a paisagem de Sintra.
Imagine os deliciosos pratos preparados aqui, em grandes banquetes de carne de caça – uma atividade bastante apreciada pela nobreza.
Além de várias fornalhas, você verá dois grandes fornos e uma estufa, que era usada para manter os pratos aquecidos antes de serem servidos. Os utensílios de cozinham eram utilizados na preparação das refeições da família real.
A composição heráldica com as armas reais de Portugal e de Saboia (instalada em 1889) é da rainha Maria Pia, que foi a última soberana a habitar o Palácio.
Pátio Central e a Gruta dos Banhos
Já no final da visita, você irá se deparar com um espaço surpreendente!
D. João I instalou seus aposentos em torno deste Pátio Central. É um espaço intimista, revestido em azulejos e com um agradável som da água, que nos lembra da tradição arquitetônica árabe.
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Repare na elegante coluna no centro do pátio e na pintura a fresco em uma das paredes. Com um padrão geométrico de efeito ilusionista (do período de D. Manuel I), ela foi descoberta durante obras de manutenção no Pátio.
Não deixe de entrar na Gruta dos Banhos, um dos pontos que mais nos marcou durante a visita! A majestosa decoração em azulejos e estuque é do século XVIII.
No teto, estão representadas a Criação do Mundo (no centro), as Quatro Estações (nos cantos), assim como temas da mitologia.
Já os painéis de azulejo representam cenas com fontes e jardins. Uma curiosidade é que os azulejos escondem um sistema engenhoso de repuxo de água, que saía por duas linhas de pequenos furos que cercam a sala e refrescava o espaço.
⭐ SUPER DICA: Para quem gosta de comprar lembrancinhas, no final do passeio você pode passar pela loja do Palácio Nacional de Sintra.
Lá você encontra uma variedade grande de lembrancinhas relacionadas com o Palácio e também com Sintra.
Reencontros – Memórias Musicais do Palácio de Sintra
Imagine a magia de ver um espetáculo musical em um local como o Palácio Nacional de Sintra…
No evento Reencontros – Memórias Musicais no Palácio de Sintra você poderá desfrutar de um repertório de música medieval e renascentista, que nessas épocas animou este mesmo Palácio!
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O evento é promovido pela Parques de Sintra, em parceria com o Centro de Estudos Musicais Setecentistas de Portugal – Divino Sospiro e conta com a direção artística de Massimo Mazzeo.
Este evento musical acontece na Sala dos Cisnes em Maio de 2019 – confira aqui a programação e informações sobre novas datas e venda de ingressos.
Horários e preço do ingresso
O ingresso para o Palácio Nacional de Sintra custa 10€ (valor de Abril/2019).
⭐ SUPER DICA: Existem diversas formas de economizar nos ingressos para as atrações de Sintra!
Ao comprar os ingressos online na página oficial da Parques de Sintra (exceto Quinta da Regaleira), você garante 5% de desconto.
Além disso, também existem descontos para quem compra ingressos para várias atrações. Os descontos são progressivos, ou seja, quanto mais locais você visitar, maior o desconto.
Comprou o Lisboa Card? O passe turístico oficial de Lisboa também dá desconto no ingresso para o Palácio Nacional de Sintra.
HORÁRIOS: No horário de verão, o Palácio Nacional de Sintra está aberto diariamente das 9h30 às 19h, sendo a última entrada às 18h30.
Os únicos dias em que o Palácio está encerrado são no Natal (25 de Dezembro), no Ano Novo (1 de Janeiro). Nos demais feriados, o Palácio funciona normalmente. Confira aqui os horários atualizados e informações de funcionamento em feriados.
Dicas para visitar o Palácio Nacional de Sintra
Como explicamos acima, se adquirir os ingressos de forma antecipada pela internet, você garante um desconto. Outra vantagem é que desta forma evita as filas na bilheteria.
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ACESSIBILIDADE: Visitantes que se desloquem de cadeira de rodas podem visitar algumas áreas do Palácio, através de um sistema de rampas e plataformas instaladas especialmente para servir este público.
Deste forma, é possível visitar a Sala dos Archeiros, a Sala Manuelina, a Sala dos Cisnes, o Pátio Central, o Pátio do Leão e o Jardim da Preta. Nestes casos, a Parques de Sintra recomenda fazer uma marcação prévia.
Para quem viaja com bebês, a dica é utilizar um canguru, para facilitar a movimentação pelo Palácio.
O Palácio Nacional de Sintra costuma ter menos movimento que o Palácio da Pena. Os horários com menos movimento normalmente são ao início e ao final do dia, durante a semana.
Os finais de semana em Sintra costumam ter mais movimento, no geral. Por isso, se se quiser um passeio mais tranquilo, a dica é fazer a visita durante a semana.
Aluguel de espaços
Diversos espaços do Palácio Nacional de Sintra podem ser alugados para eventos. Que tal organizar aquela ocasião especial em uma espaço majestoso como a Sala dos Cisnes?
Veja aqui os locais disponíveis para alugar para eventos no Palácio Nacional de Sintra e os contatos para informações.
AGRADECIMENTOS: Este artigo foi desenvolvido com o apoio da Parques de Sintra, que gentilmente ofereceu os ingressos de entrada para a equipe do Descubra Lisboa, bem como todo o apoio para a elaboração deste material.