O que fazer em Lisboa: visita ao Mosteiro dos Jerônimos

O Mosteiro dos Jerônimos é uma visita imperdível em Lisboa! Considerado o monumento mais visitado de Portugal e uma das Sete Maravilhas do país, o Mosteiro dos Jerônimos é uma verdadeira obra-prima e um marco da Era dos Descobrimentos.

Nós contamos aqui tudo sobre a visita ao Mosteiro dos Jerônimos, para que você aproveite ao máximo este passeio inesquecível por um dos monumentos mais bonitos e emblemáticos de Portugal!

Como tudo começou

Antigamente, na região do Mosteiro existia uma pequena praia com boas condições de navegação. Esta praia foi ganhando importância na época dos Descobrimentos, já que era um local seguro para os barcos que chegavam e saíam de Lisboa.

Neste local existia uma capela, a Ermida de Santa Maria de Belém, onde grandes navegadores como Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral terão feito suas orações antes de partirem para as suas aventuras no mar.

No lugar desta capela, o Rei D. Manuel I decidiu construir um grande mosteiro, o Mosteiro dos Jerônimos, cujas obras terão começado em 1501 ou 1502. Por esta razão, o Mosteiro dos Jerônimos também é conhecido como Mosteiro de Santa Maria de Belém, já que foi construído sob a proteção desta santa.

Com a descoberta do caminho para a Índia, o Mosteiro dos Jerônimos se consagrou como um marco da era dos Descobrimentos e da importância de Portugal naquela época. Assim, as dimensões do seu projeto foram crescendo, em grande parte financiadas com os impostos sobre o ouro, assim como especiarias e pedras preciosas que vieram da Índia.

A grandiosidade e a riqueza dos detalhes do Mosteiro dos Jerônimos fizeram com que a sua construção levasse quase 100 anos. Por este motivo, vários grandes mestres trabalharam no projeto, sendo que o primeiro foi Diogo de Boitaca. A pedra usada na construção foi o calcário de lioz, que era abundante nesta região.

Após a construção, o Mosteiro ficou sob os cuidados da Ordem dos Jerônimos até 1834, quando todas as ordens religiosas foram extintas em Portugal. Os principais deveres dos monges que viviam no Mosteiro eram rezar pela alma do Rei e também dar assistência espiritual aos navegadores, que dali partiam para se aventurarem no mar.

Como é a visita ao Mosteiro dos Jerônimos

Nós sugerimos que você comece o passeio apreciando a bela fachada do mosteiro. Embora o terremoto de 1755 tenha devastado Lisboa, o Mosteiro não foi muito afetado. No século 19 foram feitas algumas modificações no Mosteiro, que não alteraram a sua estrutura original, mas deram a ela a sua forma atual. Preste atenção nos detalhes do Portal Sul.

Portal Sul – o destaque da fachada

O grande destaque da fachada é o Portal Sul. Entre as diversas estátuas, Santa Maria de Belém aparece no centro, com o menino Jesus e o vaso de ofertas dos Reis Magos nas mãos.

No pilar entre as duas portas está o D. Henrique, representado como um guerreiro. Na base do pilar estão leões – um símbolo de São Jerônimo. A imagem central no topo é de São Miguel, o protetor de Portugal.

Porta Principal do Mosteiro dos Jerônimos

Mais simples que o Portal Sul, esta porta é a mais importante do Mosteiro. Nos nichos do topo você vai ver cenas do Nascimento de Jesus Cristo: o anjo anunciando que Maria vai ser mãe, o nascimento de Jesus e a adoração dos Reis Magos (da esquerda para a direita).

Nas laterias do portal estão imagens dos patrocinadores do Mosteiro: o Rei D. Manuel I e a Rainha D. Maria. Eles estão ajoelhados em oração e junto estão seus santos patronos, S. Jerônimo e S. João Batista, respectivamente.

Você vai encontrar diversas representações de São Jerônimo no Mosteiro, em pinturas, esculturas e vitrais. Junto do santo quase sempre aparece um leão e a Bíblia.

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Igreja de Santa Maria de Belém

Ao passar pela porta principal e entrar na Igreja de Santa Maria de Belém, você terá a sensação de ter entrado numa gruta.

O teto da Igreja tem nervuras que se multiplicam pelo teto. As junções das nervuras tem peças circulares com símbolos do estilo manuelino, o estilo arquitetônico usado no Mosteiro e nas obras construídas no tempo do Rei D. Manuel I.

O Mosteiro dos Jerônimos é considerado o exemplo mais emblemático do estilo manuelino e entre os elementos que marcam este estilo e que aparecem no Mosteiro estão a Cruz da Ordem de Cristo, esferas armilares e escudos régios.

Do seu lado esquerdo está o túmulo de Vasco da Gama, o navegador português que partiu de Belém e descobriu o caminho marítimo para a Índia.

Já do lado direito está o túmulo do poeta português Luís de Camões, o autor da epopeia Os Lusíadas, que descreve heroicamente a aventura marítima dos portugueses.

Nos túmulos existem símbolos da vida e dos feitos destes dois personagens portugueses. No de Camões, você verá uma lira com uma pena (o símbolo dos poetas) e louros. Já no de Vasco da Gama, a caravela e a esfera armilar simbolizam as conquistas marítimas. Vale a pena admirar estes ricos detalhes com atenção.

Se aproximando do altar, o espaço se amplia e ganha mais luz. Nas laterais fica a Capela-Mor, onde estão túmulos de mármore colocados sobre elefantes – antes de morrer, o Rei D. Manuel I quis que fossem instalados túmulos reais no Mosteiro.

A sua nora, a Rainha D. Catarina de Áustria, fez a sua vontade e mandou construir a capela como conhecemos atualmente. Nela estão os túmulos do Rei D. Manuel I e sua esposa, bem como o da Rainha D. Catarina e do seu marido, o Rei D. João III.

Você vai notar que esta Capela é bem diferente do restante da Igreja. Quando ela foi construída, após diversos anos, o estilo arquitetônico que estava na moda era o maneirista.

Assim, para acompanhar a tendência, D. Catarina planejou a Capela atual. Já os monges terão ficado com a obrigação de rezar uma missa por dia pela alma do rei e dos seus sucessores.

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Claustro do Mosteiro – o local de  lazer

O claustro do Mosteiro dos Jerônimos é considerado um dos bonitos do mundo e era um local calmo, onde os monges passavam seu tempo de lazer e também lendo, meditando e rezando. Aqui você verá mais símbolos da arquitetura manuelina, como representações naturalistas (plantas, cordas e animais de outras terras), os símbolos nacionais e emblemas do rei, assim como temas religiosos e náuticos.

Era também pelo Claustro que os monges tinham acesso a outras partes do Mosteiro, como o Refeitório, a Sala do Capítulo e o Coro Alto.

Siga em direção ao Refeitório, mas antes pare na Fonte do Leão, onde os monges lavavam as mãos antes das refeições. Há uma lenda que diz que se fizermos um desejo colocando a mão na pata do leão, ele se realizará (não custa tentar! 😉).

Refeitório do Mosteiro dos Jerônimos

Aqui os monges comiam em silêncio, enquanto ouviam as leituras feitas em voz alta por um deles numa pequena varanda (púlpito), que já não existe. Nas paredes estão ricos painéis de azulejo do século 18, retratando passagens da Bíblia (Antigo Testamento- José do Egito). A pintura logo na entrada é uma representação de São Jerônimo e o painel de azulejos abaixo representa o milagre da multiplicação dos peixes.

Mar Português

Ó Mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa, do livro Mensagem

Voltando para o claustro você verá o túmulo do poeta Fernando Pessoa, que foi transladado para o Mosteiro em 1985. O único livro em português de Fernando Pessoa que foi publicado em vida se chama “Mensagem” e é alusivo aos Descobrimentos.

 

 

 

 

 

 

Daqui, siga pelo Claustro até a sala do Capítulo.

Sala do Capítulo – a sala de reuniões

Esta seria a sala de reuniões dos monges, onde eles tratavam de problemas administrativos. Contudo, esta sala nunca foi usada para esta função, já que ela só ficou pronta depois dos monges terem deixado o mosteiro. Por isso, para estas tarefas os monges usavam outro espaço. No centro desta sala está o túmulo do escritor Alexandre Herculano, que foi primeiro presidente do então Município de Belém.

Ao voltar pelo Claustro, você verá as portas dos antigos confessionários. A igreja fica do outro lado da parede e lá também existem portas, onde ficava o penitente. O confessor entrava aqui pelo Claustro e os dois ficavam separados por grades.

Suba agora as escadas em direção ao Coro-Alto, por uma porta à esquerda.

Coro Alto – o local de oração e canto

Os monges rezavam e cantavam em coro neste local e as orações duravam 7 horas, repartidas ao longo do dia.

Na primeira parte das orações, os monges podiam estar sentados nas cadeiras. Na segunda parte, eles tinham de rezar de pé. Quando os monges ficavam cansados, eles podiam se apoiar nas “misericórdias” do cadeiral, que são como um suporte colocado na parte de baixo dos assentos das cadeiras. Ao levantar o assento, os monges podiam se apoiar neste suporte e descansar um pouco.

O belo cadeiral de madeira é único e foi feito em 1550. A decoração das diversas cadeiras é diferente e algumas têm temas com paisagens, homens e animais fantásticos, enquanto outras têm motivos religiosos.

As pinturas são do século 18 e representam santos e apóstolos, enquanto a imagem do Cristo Crucificado é de 1551. Os vitrais são mais modernos, já do século 20, e representam os reis fundadores do mosteiro e Santa Maria de Belém, entre outros.

Voltando para o claustro, no andar superior você verá gárgulas que serviam para escoar a água da chuva. As originais têm um sulco na superfície, enquanto as que não têm foram colocadas no século 19 para decoração. Já as esculturas à volta da varanda representam o rei D. Manuel I, rodeado de santos e profetas.

Por fim, passe pela sala da Livraria, onde ficava a biblioteca do Mosteiro. Está sala já não contém vestígios da biblioteca, mas abriga uma exposição muito interessante chamada “Um lugar no Tempo”. A exposição faz um paralelo entre a história de mais de 500 anos do Mosteiro com a História de Portugal e a História do Mundo. Vale a pena conferir!

Dicas importantes

Tente chegar 40 min a 1 hora antes do horário de abertura do Mosteiro, para não ter que ficar muito tempo na fila. Perto do horário de abertura a fila começa a crescer e você já pode ter que esperar mais tempo.

Se você planeja visitar muitos lugares neste dia, compre o Lisboa Card. Com este cartão você pode usar os transportes públicos de forma ilimitada e gratuita e tem a entrada gratuita ou com descontos em muitos monumentos. O 24 horas Lisboa Card custa 19 €. Se você, por exemplo, visitar o Mosteiro dos Jerônimos (10 €), a Torre de Belém (6 €) e o Museu Nacional do Coches (mínimo 8 €) e somar o valor dos transportes até Belém (mínimo 2,62 €), já terá gastado mais de 19 €. Por isso, faça as contas para saber o que compensa mais quando for até Belém.

Se você comprar o ingresso antecipadamente (no local ou online), você não precisa esperar na fila. É só se dirigir ao segurança ao lado da fila e mostrar o bilhete. Quem tem o Lisboa Card precisa ficar na fila.

  O Mosteiro dos Jerônimos está fechado na segunda-feira, assim como a Torre de Belém.

A visita a Igreja de Santa Maria de Belém é gratuita. Se não quiser visitar o Mosteiro por dentro, pode mesmo assim visitar a Igreja.

Informações: 

Onde: Mosteiro dos Jerônimos, Praça do Império, 1400-206 – Lisboa.
 Como chegar: Elétrico: nº 15 – sai da Praça da Figueira e passa pelo Praça do Comércio e Cais do Sodré | Ônibus: 728 – passa pelo Cais do Sodré, 727, 729, 714 e 751.
Preço: 10 € | Gratuito: crianças até 12 anos (inclusive) | Para residentes em território nacional a visita é gratuita em domingos e feriados entre às 10:00 e às 14:00.
Horário: Maio a setembro: 10:00 – 18:30 | Outubro a abril: 10:00 – 17:30 | Fechado: segundas-feiras e nos dias 1 de Janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de Maio, 13 de Junho e 25 de Dezembro.
Perto daqui: Torre de Belém, Museu Nacional de Arqueologia, Museu da Marinha, Padrão dos Descobrimentos, Museu Nacional dos Coches, Pastéis de Belém, Museu Coleção Berardo, MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, Palácio Nacional da Ajuda.

Confira sempre o site oficial do Mosteiro dos Jerônimos para saber o horário e preços atualizados.

Esperamos que você tenha uma ótima visita no Mosteiro dos Jerônimos!

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